15/05/2023 às 23h06min - Atualizada em 15/05/2023 às 23h04min
Um olhar sobre a cultura acreana
Claudia Vanessa Bergamini
E nas ruas, pulsa o colorido herdado dos índios, vislumbram-se formas de madeira e sementes que dão vida à fé. Adornos para o pescoço, para o cabelo, para as mãos e braços embelezam as vitrinas improvisadas do Velho Mercado. O seringueiro, inerte, assiste às transformações do espaço que ele desbravou e, em meio à mata fechada, jamais imaginou que se tornaria assim. E para que sua memória fosse preservada, uma estátua o mantém ali, mirando uma Rio Branco em transformação intensa. O rio corta a cidade, assim como o tempo corta o rosto do povo sofrido, assim como o frio corta o caminho e migra para outras bandas. O rio corta a cidade e a divide em alta e baixa, que quer dizer: um passado que se faz presente nas edificações de outrora, na simplicidade do povo, no falar cheio de marcas de tradições religiosas, culturais, sociais; e um futuro que caminha em passos lentos, sem deixar de manter as raízes que o tornam único. Brasil, país de faces mil, povo de histórias marcadas por tradições, por costumes que permitem que cada cultura seja única, seja bela na plasticidade rústica de ações, de roupas, de arte, de culinária, de música, de palavras do povo que compõe a nação brasileira.