Divulgação/PMC O cardápio dos animais do Zoológico Municipal de Curitiba terá alimentos mais calóricos nos próximos meses. Com a diminuição da temperatura, as refeições serão com alimentos de maior valor energético, como pinhão, sementes oleaginosas, batata-doce e frango, para aumentar a proteção contra o frio. Os recintos também dispõem de outros cuidados especiais para maior conforto térmico dos animais.
A zootecnista do Zoológico de Curitiba Susana Gilaverte explica a importância desse cardápio especial, que exige uma preparação antecipada da equipe da cozinha do local. “Muitos dos animais do Zoológico não são naturais de Curitiba, então esse frio os desafia mais, por isso temos todos esses cuidados. Quanto mais calorias, mais energia para eles se aquecerem. A quantidade diária de comida nessa época pode equivaler a 1% a 25% da massa corporal do animal, dependendo da espécie”, diz Susana.
A alimentação dos animais nos próximos meses também terá opções como polenta, coco, milho, mel, castanha do Pará, sementes de girassol, ovo cozido, carne e leite, além da ração, que faz parte das refeições de grande parte das espécies. “Em todas as épocas do ano, nós tentamos simular as situações que cada animal encontraria na natureza. Assim, alguns deles são alimentados até quatro vezes por dia, e outros apenas duas, porque é como eles fariam se estivessem em outros lugares”, afirma a zootecnista. Ela ainda explica que, na primavera, quando as temperaturas voltarem a subir, os nutricionistas do Zoológico vão preparar uma alimentação menos calórica para os animais.
Dietas de qualidade
As dietas são formuladas pela equipe técnica de nutricionistas, e o grupo de cuidadores garante o fornecimento diário das refeições próprias para cada animal. São mais de 130 ingredientes cuidadosamente adquiridos pela Prefeitura de Curitiba e outros itens são produzidos no local, priorizando sempre a garantia de qualidade e a nutrição animal adequada.
Proteção contra o frio
Além da alimentação, as equipes do Zoológico Municipal de Curitiba adotam outras medidas para ajudar os animais durante os meses de inverno. Dependendo da espécie, os espaços têm estruturas específicas para essa época do ano, como as aves, que têm barreiras quebra-vento e uma luz que é acendida em momentos de baixa temperatura para aquecer os ambientes internos dos recintos.
“Nós precisamos lembrar que cada animal tem demandas diferentes no frio. Para aqueles que vêm de lugares quentes, esses cuidados são muito importantes, mas, para outros, como as lhamas, alpacas e ursos, não precisamos mudar muita coisa, já que as espécies são originalmente de locais mais frios”, explica a bióloga do Zoológico, Nancy Banevicius.
Isolamento térmico
Investir em bem-estar animal tem sido uma das prioridades da equipe do Zoo nos últimos anos, com a construção de mais de 10 novos recintos para alojar melhor os animais resgatados. Além disso, são disponibilizadas estruturas nos ambientes como tablados, poleiros, áreas de fuga, vegetação para estimular comportamentos e situações que eles encontrariam na natureza. Alguns dos recintos abertos para visitação também possuem estruturas de proteção contra as mudanças de temperatura. O animal é livre para escolher permanecer na área de visitação ou entrar em uma sala com isolamento térmico.
Cuidados com espécies ameaçadas
Com cerca de 589 mil metros quadrados e 165 recintos, o Zoo é responsável pelo cuidado de mais de 1,8 mil animais, incluindo algumas espécies nativas ameaçadas, que estão inseridas em programas nacionais de conservação.
Mais de 70% dos animais vieram de situações de intervenção humana que impossibilitaram sua soltura na natureza (apreensões, tráfico, circos e maus-tratos). Hoje, recebidos pelo Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs), também encontram abrigo e cuidado na unidade de conservação do Alto Boqueirão. O Zoológico Municipal de Curitiba é administrado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e recebe aproximadamente 650 mil visitantes por ano.
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