24/03/2024 às 17h30min - Atualizada em 24/03/2024 às 17h30min

Deputado Tito Barichello é acusado de fazer falsa operação policial

Da Redação

Foto: Orlando Kissner/Alep
A Corregedoria da Polícia Civil do Paraná anunciou que está iniciando uma investigação sobre uma suposta operação policial liderada pelo deputado Tito Barichello (União) e sua esposa, Tatiana Guzella, que é assessora parlamentar. O casal divulgou vídeos nas redes sociais que mostravam uma atividade policial em andamento, alegando que estavam cumprindo um mandado de prisão relacionado a uma tentativa de homicídio contra um advogado.
 
No entanto, a "operação" em questão foi descoberta como sendo uma farsa. Tito Barichello está atualmente licenciado de suas funções como delegado e não pode conduzir atividades policiais. O mesmo se aplica a sua esposa, Tatiana Guzella, que optou por deixar temporariamente a polícia para trabalhar como assessora no gabinete do deputado federal Felipe Francischini (União). Além disso, não havia nenhum mandado de prisão relacionado a homicídio tentado contra a pessoa que o casal alegava estar procurando.

 
A viatura na qual estavam durante as filmagens não era um veículo oficial da polícia, mas sim um carro particular pintado para se assemelhar a uma viatura policial. Tito Barichello também admitiu, mais tarde, durante uma entrevista ao programa Cidade Alerta, da RICTV, que nem o colete utilizado por ele pertencia à polícia, afirmando que se tratava de um "colete particular" com a sigla DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção da Pessoa Humana).
 
Tito e sua esposa, que anteriormente eram delegados de Homicídios, tornaram-se conhecidos por suas transmissões dramáticas de operações policiais. A revelação da farsa foi feita pelo programa Cidade Alerta. O repórter Ricardo Wilches mostrou que o mandado que o deputado alegava estar cumprindo dizia respeito a um caso de violência doméstica, não a um crime de homicídio. Durante uma entrevista com Wilches, o advogado Claudio Dalledone, representante da pessoa alvo do mandado, destacou que não é permitido cumprir mandados de prisão durante a noite, como afirmado na suposta "operação".
 
Barichello, em sua entrevista com Wilches, mudou completamente a narrativa apresentada nas redes sociais pelo casal e divulgada pela TV Massa, onde Tatiana trabalha como comentarista, afirmando que foram informados do caso pelo advogado que alegava ser vítima de uma ameaça de homicídio, e decidiram ir ao local porque "não são covardes". Ele também mencionou que, caso encontrassem a pessoa em questão, chamariam a polícia.

“Como deputado e delegado de polícia, que continuo sendo, meu trabalho, além de legislar, é acompanhar e defender a sociedade, jamais vou me furtar disso. Todos sabem que, enquanto delegado, eu era operacional e jamais vou deixar de agir”, afirmou Barrichello, em entrevista à rádio Banda B. 
 


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