A usina solar instalada sobre o aterro sanitário do Caximba, desativado em 2010, é um novo símbolo de Curitiba, conhecida como capital ecológica já há vários anos. Foi inaugurada nesta quarta-feira (29/3), dia do aniversário de 330 anos da cidade.
Com quase 8,6 mil painéis, a Pirâmide Solar do Caximba, instalada no bairro que está recebendo a maior intervenção urbanística recente de Curitiba, é a primeira usina solar em aterro sanitário da América Latina. Também faz parte de um conjunto de iniciativas do Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas, por meio da produção de energia renovável, o que também resulta em economia aos cofres públicos.
A energia gerada pelos módulos fotovoltaicos da Pirâmide Solar é injetada na rede de distribuição da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e o valor é abatido da conta de energia do município.
A economia estimada mensalmente é de 30% sobre o valor da conta de energia dos prédios públicos do município, o que pode representar, por ano, R$ 2,650 milhões, que poderão ser revertidos em benefícios à população.
A energia solar é conhecida como a matriz energética que menos emite gases do efeito estufa durante a sua geração, colaborando para as ações da cidade contra as mudanças climáticas. Além disso, é renovável e não esgota recursos naturais para a sua geração.
A instalação da Pirâmide Solar do Caximba contou com mão de obra totalmente local, inclusive com participação feminina. Entre as cinco mulheres do grupo estão as irmãs Schirlei, de 41 anos, e Cirlene Braz da Silva, de 37 anos, que têm carinho pelo trabalho pesado.
Schirlei é profissional da construção civil há 15 anos e mãe solo de três filhos. Segundo ela, por mais cansativo que seja o canteiro de obras, a profissão foi o que sustentou sua família.
Selecionado pela rede de cidades C40 e contemplado com recursos do Cities Finance Facility (CFF) do C40 para elaboração, o projeto segue as regras de Geração Distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Trata-se de uma concepção do prefeito Rafael Greca que remonta a 2012.
Também é uma colaboração do grupo C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.
O programa é financiado pelo Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ), pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).