Reprodução/MON O Museu Oscar Niemeyer bateu recorde de público em um único dia, na quarta-feira (27/12), com o registro de 5.436 pessoas. O maior número havia sido registrado em 19 de julho deste ano, também uma quarta-feira, quando pouco mais de 5 mil visitantes entraram no MON. Em todas as quartas-feiras do ano, a entrada é gratuita, o que torna o museu um local democrático e acessível.
Entre outras realizações, em 2023, o MON inaugurou 12 exposições, sendo uma itinerante. Foram elas: “MON sem Paredes”; “Pintura Vingada”, de Delson Uchôa; “Tela”, de Leila Pugnaloni; “Buraco no Céu”, de Túlio Pinto; “Serguei Eisenstein e o Mundo”; “África: Diálogos com o Contemporâneo”; “Perpétuo Movimento”, de Norma Grinberg; “Sonoridades de Bispo do Rosário”; “Ásia: a Mão do Povo” (em Cascavel); “O Feminino na Obra de Victor Brecheret” e “Mario Rubinski – O Espaço Imantado” (26/10), além de “Extravagâncias”, de Joana Vasconcelos.
Inaugurada em novembro, “Extravagâncias” é a maior mostra individual da artista Joana Vasconcelos no Brasil e uma das mais grandiosas já realizadas pelo MON. “Olho e diversos espaços singulares abaixo dele, andares da torre e a principal rampa interna do Museu foram ocupados pelo colorido e pela criatividade dessa artista que vive e trabalha em Lisboa, mas cuja arte transborda os limites de Portugal e da Europa e fascina o público de vários continentes”, explica a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika.
“Instalações e esculturas monumentais extrapolam o espaço e invadem o MON, convidando o visitante a mergulhar num universo jamais criado no Museu”, completa.
ÁFRICA
Outro destaque foi a segunda edição da exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON) com obras de seu acervo. A mostra é um recorte da grandiosa doação feita pela Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY) ao MON, com aproximadamente 1.700 obras de uma das mais importantes e significativas coleções de objetos de arte africana do século 20.
“A exposição se renovou com a proposta de estabelecer um instigante diálogo com obras de artistas contemporâneos”, explica a diretora-presidente do MON. Comprovando a força dessa interlocução, Fernando Velázquez, Paulo Nenflídio, Rosana Paulino, Arjan Martins, Julio Vilani e Paulo Nimer Pjota expõem alguns de seus trabalhos ao lado do conjunto de obras que pertencem ao acervo do MON.
A coleção de arte asiática do Museu, com cerca de 3 mil obras de arte doadas pelo diplomata Fausto Godoy, também foi destaque em 2023. O MON inaugurou em setembro a mostra “Ásia: a Mão do Povo”, na cidade de Cascavel. A exposição é um recorte inédito, com mais de 160 obras. A iniciativa faz parte da política cultural do Paraná de promover e incentivar a descentralização e democratização da arte e da cultura em diversas regiões do Estado, levando as coleções permanentes para fora do Museu.
MON SEM PAREDES
Lançado no início de 2023, o inédito projeto “MON sem Paredes – Artistas Conquistam os Jardins do MON” levou obras dos artistas Gustavo Utrabo e Mariana Palma para a área verde no entorno do MON. As obras “Semeador” e “Ao Redor de uma Árvore”, de Gustavo Utrabo, são de longa duração e permanecem à disposição do público no local.
“Cada vez mais democrático e inclusivo, com essa iniciativa, o Museu Oscar Niemeyer rompe definitivamente o limite físico de suas paredes e abraça a população, chegando ao espaço externo da instituição e tornando-se acessível a todos”, explica Juliana Vosnika.
“MON sem Paredes” também é um convite para que o público externo e que, eventualmente, não tenha o hábito de frequentar o Museu perceba e se inspire com a arte e sinta-se instigado a visitar as outras exposições. Segundo Juliana, o projeto é de longa duração, com novas versões previstas.
MANUTENÇÃO DO ACERVO - Dentro do projeto MON Sem Paredes, foi realizado o trabalho de manutenção e restauro de instalações e esculturas do acervo, de grande dimensão, localizadas na área externa, para garantir a conservação. As obras beneficiadas foram: “Cadeira do Mestre”, de Sergius Erdelyi, e “Cones” (7 unidades), de Eduardo Frota.
Além dessas, quatro grandes obras do Pátio das Esculturas do Museu passaram por manutenção ao longo do ano. São elas: “Mulher Reclinada”, de Erbo Stenzel; “Magrinhas”, de Francisco Stockinger; “Flor Mineral”, de Franz Weissmann, e “Forma no Espaço V”, de Oscar Niemeyer. O trabalho de manutenção foi responsabilidade do artista e restaurador Elvo Benito Damo.
“Os cuidados com as obras do Museu são um trabalho contínuo e de grande responsabilidade, que, embora não seja visto pelo público, é fundamental para a garantia de manutenção e longevidade da coleção”, explica a diretora-presidente do MON.
Maior museu de arte da América Latina, com 35 mil metros quadrados de área construída, o MON conta com aproximadamente 14 mil peças em sua coleção permanente. O acervo é o coração de um museu, sua parte mais importante e vital, daí a imensa importância do trabalho de conservação.
PUBLICAÇÃO HISTÓRICA
Em março de 2023, o Museu Oscar Niemeyer lançou um livro histórico, com um recorte da coleção permanente de obras de arte da instituição. A publicação, em capa dura, tem 400 páginas e conta com textos autorais e centenas de imagens que retratam os destaques desse acervo. Publicado pela Editora Bei, com distribuição nacional, enfoca todas essas áreas, destacando cerca de 500 obras. Também há textos assinados pelos curadores, que selecionaram obras que representam a amplitude do acervo.
AÇÃO EDUCATIVA
De janeiro a novembro, o setor Educativo registrou mais de 45 mil pessoas atendidas. Desse total, aproximadamente 7.500 participaram de oficinas artísticas.
Num ano muito movimentado, o setor Educativo do MON deu início ao MON Primeiros Passos, que oferece oficinas artísticas para o público de 1 a 2 anos. São dinâmicas, oficinas e atividades sensoriais nas exposições em cartaz. Esse programa mensal teve imensa aceitação do público, com sessões sempre lotadas.
Outra inovação foi para o público autista. Crianças e adolescentes também foram contemplados com oficinas artísticas dirigidas, com ótima aceitação. O programa faz parte do amplo projeto de inclusão MON Para Todos, que, entre outros, contempla o público autista com Sala de Acomodação Sensorial e ferramentas como Cordão de Girassóis, Narrativa Visual e Mapa Sensorial.
Outra marca deste ano é que o setor Educativo do Museu registrou o recorde de mais de 1.800 participantes nas atividades oferecidas pelo “Férias no MON”, apenas durante o mês de julho. O sucesso do já tradicional programa “Uma Noite no MON”, em maio, fez com que o Museu oferecesse uma sessão extra da atividade no mês de julho.