A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Londrina apresentou, na manhã de segunda-feira (16), o resultado do primeiro Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2023. De acordo com as análises de 10.277 imóveis da área urbana constatou-se que o índice de infestação da dengue ficou em 5,50% no Município, o que significa que a cada 100 imóveis vistoriados, cinco estavam com focos positivos do Aedes aegypti.
Entre as regiões da cidade mais afetadas estão a zona norte com 7,2% de infestação, seguida pela sul com 6,07%, o centro 4,63%, a oeste com 4,45% e a leste com 3,93% dos imóveis com focos. Um fato constatado novamente neste levantamento é o aumento de focos dentro das casas. Isso porque, 87% das larvas e pulpas do aedes estão em objetos em desuso jogados nos quintais das casas, nas calhas de água da chuva, assim como nos vasos de plantas e em tonéis, baldes e latas com água da chuva armazenada. Outros 13% dos focos estavam dentro das casas, em compartimentos atrás de geladeiras, ralos de banheiro e lavanderias e em vasos com plantas nas salas e quartos.
“É um número bastante preocupante! Em que pese nossas equipes técnicas já apontavam que esse LIRAa seria um maior do que o último e historicamente a média é de 5 a 5,5% dos imóveis inspecionados apresentarem criadouros, nos últimos LIRAas de janeiro, entretanto isso não reduz nossa preocupação. Agora, o tempo quente e as chuvas intercaladas com o período de altas temperaturas, nos colocam com risco de alta epidemia da dengue na cidade”, explicou o secretário de saúde, Felippe Machado.
De acordo com a escala de Análise de Risco Entomológico seguida pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Índice de Infestação Vetorial Predial (IIVP) acima de 3,9% é considerado de risco. Entre 1% a 3,9% é estado de alerta e abaixo de 1% é satisfatório.
Entre os bairros de Londrina, os mais preocupantes no momento são a Vila Hípica, que registrou 33,3% de imóveis com dengue; seguido pelo Flores do Campo, com 30,2% das moradias positivadas; pelo Castelo (30,6%); Paulista (27,7%); Santa Joana (23,5%) e pelo Luís de Sá (22,9%). “Outra situação que nossas equipes identificaram que foi a do Luís de Sá, onde atrelado ao alto número de criadouros há uma crescente de notificação de casos da dengue. Por isso, ações estão sendo voltados para essas regiões, Luís de Sá, Flores do Campo, São Jorge e Aparecidinha. Com isso, a gente espera reduzir o número de casos nessas localidades”, disse.
De acordo com os dados, de 1º a 11 de janeiro deste ano, 132 casos foram notificados, sendo um confirmada, quatro descartados e 127 em análise. No ano passado inteiro, a Secretaria de Saúde registrou 14.443 notificações, sendo 3.153 destas confirmadas; 10.207 descartadas, 1.083 estavam em análise e outros dois óbitos foram confirmados.
A pretensão da Secretaria de Saúde, agora, é intensificar as ações de campo com vistorias em 100% dos domicílios, utilizar as bombas costais com veneno semelhante ao fumacê nos locais que se justificam com os altos índices e notificações de dengue e aumentar as informações em prol da conscientização das pessoas. “Em que pese todas as ações que o município vai intensificar, nada substitui a colaboração e participação da sociedade civil organizada e de todo cidadão londrinense”, completou Machado.
O resultado deste LIRAa foi apresentado na Associação Médica de Londrina, que fica na Avenida Harry Prochet, 1.055. O levantamento de dados aconteceu desde quarta-feira (4) até terça-feira (10) com o trabalho de 180 agentes municipais de endemias. O último LIRAa realizado em Londrina apontou um índice de 3% de infestação da dengue. (Com N.Com)