José Fernando Ogura/SMCS Curitiba é o segundo ecossistema emergente mais promissor para startups na América Latina. O resultado consta no ranking Global Startup Ecosystem Report 2023 (GSER2023), divulgado na última quinta-feira (15/6) e considerado um dos mais abrangentes sobre o ecossistema de startups no mundo.
Na 11ª edição do estudo feito pelo Startup Genome, a capital paranaense é apontada como o 2º lugar no Top 5 dos ecossistemas emergentes latino-americanos (Top 5 Emerging Ecosystems – Regional Insights Latin America), atrás apenas do Rio de Janeiro.
“Ver Curitiba mais uma vez em um dos mais importantes levantamentos sobre ambientes para startups do mundo me dá muita alegria porque mostra que o Vale do Pinhão ganha projeção no exterior, trazendo mais gente interessada em compor o ecossistema de inovação curitibano, contribuindo cada vez mais para a transformação social que queremos para a nossa cidade” destacou o prefeito Rafael Greca.
Em 2020, a capital paranaense havia aparecido pela primeira vez no relatório do Startup Genome. Em sua estreia na publicação, foi citada no Top 100 do relatório de ecossistemas de startups mais promissores do mundo (Top 100 Emerging Ecosystem Ranking) LINK. Naquele ano, porém, o estudo não indicou as colocações gerais ou regionais para este quesito.
Em menos de um mês, este é o segundo reconhecimento internacional que a capital paranaense recebe em relação ao ecossistema para startups. No fim de maio, Curitiba já havia figurado em outro ranking internacional sobre startups: pelo terceiro ano consecutivo, foi eleita segunda melhor cidade do Brasil para startups, no Startup Ecosystem Index Report 2023, outro importante relatório internacional sobre ambientes para startups.
Ecossistema emergente
Figurar como “ecossistema emergente” do Global Startup Ecosystem Report significa estar entre as comunidades que apresentam alto potencial para ter melhores desempenhos globais nos próximos anos.
“Somos uma cidade já é premiada e reconhecida como inovadora, conectada e smart city e este levantamento confirma que Curitiba não é só um ótimo ambiente para as startups, como emergente, mas ainda tem muito a ofertar”, destaca o presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão.
Ele também reforçou que Curitiba é a casa de três startups unicórnios (com avaliação de mercado acima de 1 bilhão de dólares) e de cerca de 600 outras startups que buscam também crescimento escalável como o apoio do Vale do Pinhão.
No GSER2023, Curitiba ficou atrás apenas do Rio de Janeiro no Top 5 dos ecossistemas emergentes da América Latina. Completam a lista: Belo Horizonte (MG, Brasil); Monterrey (México) e Porto Alegre (RS, Brasil).
Investimento em capital de risco
O GSER2023 também conferiu a Curitiba o 2º lugar entre as cidades brasileiras com mais investimento em capital de risco per capita em startups (Venture Capital fundings). Na América Latina, a cidade ficou com o 5º lugar neste quesito (Top 5 Ecosystems by VC funding per capita), atrás apenas de São Paulo (SP, Brasil), Bogotá (Colômbia), Cidade do México (México) e Santiago (Chile).
Os investimentos de capital de risco são, em geral, a aplicação de recursos em negócios de pequeno e médio porte e em fase inicial e com faturamento considerável e para alavancar a aceleração do negócio. Em troca, o investidor desse tipo de investimento torna-se sócio e estabelece metas rigorosas para que o potencial de crescimento se concretize.
O levantamento
O GSER é divulgado anualmente pelo Startup Genome, organização líder mundial de consultoria de políticas e de pesquisas sobre organizações públicas e privadas comprometidas em acelerar o sucesso de seus ecossistemas de startups no mundo.
Seu relatório anual mapeia os principais sistemas de startups do mundo, os emergentes, tendências do setor e principais desafios. Os resultados são mensurados a partir de uma extensa pesquisa e análise de dados de 3,5 milhões de startups e 290 ecossistemas globais.
O levantamento é referência para empreendedores que pretendem ingressar na cena de startups de determinada cidade ou país, para investidores a procura de novos e promissores talentos e para negócios já consolidados que podem aumentar sua gama de contatos dentro da área de atuação.
Vale do Pinhão
O resultado destaca o papel do Vale do Pinhão, ecossistema de inovação curitibano, criado pelo prefeito Rafael Greca em 2017, a partir das ações dos atores da inovação na cidade já existentes, integrando-as às ações gerenciadas pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação voltadas ao empreendedorismo e ao desenvolvimento da capital paranaense como smart city (cidade inteligente).
O Vale do Pinhão integrou forças de trabalho altamente qualificadas das empresas, universidades referências nacionais, diversidade de suas indústrias e parceiros públicos e privados profundamente engajados para o desenvolvimento sustentável da capital e vem promovendo ações como o Programa Tecnoparque, de incentivo fiscal às empresas de base tecnológica, e o Programa Cidade das Startups, de apoio àquelas que estão em estágio inicial, como mentorias e os Workitibas, primeiros coworkings públicos do Brasil.
Além disso, promove o incentivo ao empreendedorismo, por meio da Agência Curitiba, com capacitações nos programas Bom Negócio e Curitiba Empreendedora, apoio ao Microempreendedor Individual, nos nove Espaços Empreendedor de Curitiba; promove a entrada das mulheres nos negócios, com o Empreendedora Curitibana, dá suporte na formação para o mercado de trabalho em tecnologias, com o 1º Empregotech e o Empregotech 40+.
No Mundo
O Vale do Silício (EUA) continua liderando o ranking GSER, entre os ecossistemas mundiais de startups, seguido por Nova Iorque (EUA), Londres (Inglaterra), Los Angeles (EUA) e Tel Aviv (Israel). São Paulo é a única cidade brasileira no Top 30 mundial de ambientes para startups, em 26º lugar no Global Startup Ecosystem Report do Startup Genome.
“Outras cidades brasileiras também estão desenvolvendo rapidamente sua própria tecnologia comunidades de startups, beneficiando-se do Marco Legal para Startups, lançado em junho de 2021, que incentiva as empresas a experimentar tecnologias inovadoras e modelos de negócios”, apontou o relatório, sobre o momento do ecossistema brasileiro como um todo.