Divulgação/Caciopar 1º Fórum Econômico e Político do Oeste do Paraná, em Cascavel, reuniu empresários e entidades de classe. A ampliação da atual Ferroeste é uma das prioridades para diversificar e melhorar a logística no Estado.
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16/06/2023 - 16:00
Editoria
Infraestrutura e Logística
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FERROESTE
Nova Ferroeste é tema de encontro do Estado com entidades industriais do Oeste
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Melhorias na infraestrutura logística do País foram um dos principais assuntos do 1º Fórum Econômico e Político do Oeste do Paraná, que aconteceu nesta sexta-feira (16) no auditório da Associação Comercial e Industrial (ACIC), em Cascavel. O painel de infraestrutura dominou a agenda da manhã. A Caciopar existe há 47 anos e representa 46 associações comerciais. São mais de 20 mil empresas e cooperativas filiadas, entre elas, alguns dos maiores nomes do agronegócio internacional.
Para o presidente da Caciopar, Lucas Ghellere, a distância do Oeste dos grandes centros e do Porto de Paranaguá torna o transporte de insumos, matéria-prima e mercadorias, imprescindível para as pequenas, médias de grandes empresas instaladas na região, muitas vezes um desafio. “Hoje nosso principal gargalo de desenvolvimento é a questão logística. Somos responsáveis por boa parte da produção agrícola e industrial do Estado”, destacou.
Para dar conta desse crescimento, além da estruturação de um novo modelo de investimentos em rodovias, com duplicação praticamente integral da BR-277 até Paranaguá, uma das principais respostas do Estado é a Nova Ferroeste, proposta pelo Governo do Paraná, que prevê a ampliação da atual Ferroeste, que liga Cascavel a Guarapuava. Essa nova malha ferroviária interestadual, com 1.567 km, vai ligar os estados do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e a região Oeste ao Porto de Paranaguá.
O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, destacou a diminuição de 30% no custo do frete em relação ao modal rodoviário com a nova ferrovia. “Isso vai trazer uma redução importantíssima do chamado custo Brasil, tornando as cooperativas e o setor produtivo mais competitivos no mercado internacional”, afirmou. “A redução de custo logístico permite que esses recursos sejam aplicados em novas plantas industriais e melhorias dos processos, o que só favorece a população do Paraná”.
A Nova Ferroeste é determinante porque o fluxo de transporte por esse modal aumentou em Paranaguá nos últimos anos. A movimentação de carga por ferrovia no Porto de Paranaguá aumentou em maio deste ano. A participação do modal no total de cargas que chegou ou saiu dos portos paranaenses foi de 19,52% no mês passado. Em maio de 2022, a participação foi de 18,10% do volume total. Deste total, mais de 90% da carga teve origem fora da região Oeste.
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“A Ferroeste está no limite operacional, não consegue acompanhar o agronegócio, que cresce mais de 20% ao ano, inclusive com recorde de soja na safra de 2023. Só uma nova ferrovia moderna vai poder oferecer o que o Estado do Paraná precisa para continuar a crescer”, avaliou Fagundes.
Construída durante a década de 1990, a Ferroeste opera no trecho de 247 km entre Cascavel e Guarapuava, município onde se conecta à Malha Sul. Hoje um contêiner refrigerado que sai de Cascavel pode levar até cinco dias de viagem para chegar ao Litoral. A Nova Ferroeste vai reduzir esse tempo para 20 horas, inclusive com uma nova descida na Serra do Mar.
“A única maneira da economia se movimentar é através da infraestrutura. Não adianta a excelência no setor produtivo, dos portos, se não tiver como conectá-los de uma maneira qualificada", arrematou o coordenador.
Ele explicou que no fim de 2022, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou estudos adicionais ao Governo do Paraná sobre o projeto, como complementação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA). São contribuições e questionamentos oriundos das sete audiências públicas realizadas pelo órgão, bem como pedidos dos técnicos a partir das vistorias feitas ao longo do traçado.
O instituto requereu a apresentação de alternativas locacionais ao traçado proposto nos municípios de Guaraniaçu, São José dos Pinhais e na Serra do Mar. Estes e outros ajustes também vão permitir a redução adicional no volume de supressão de mata nativa. O estudo complementar, com mais de 700 páginas, será protocolado nos próximos dias.