Jonathan Campos/AEN Paraná fechou o primeiro trimestre de 2023 com uma taxa de desocupação de 5,4%, mantendo-se entre os estados com o menor índice de desemprego do País, enquanto 16 outras unidades federativas registraram alta neste começo de ano.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador paranaense fica atrás apenas de Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%), Mato Grosso (4,5%), Mato Grosso do Sul (4,8%) e igual ao Rio Grande do Sul (5,4%), além de estar abaixo da média nacional, que ficou em 8,8%.
Esse índice é o menor em oito anos para os primeiros três meses – a última vez que tinha chegado a essa taxa no mesmo período foi no primeiro trimestre de 2015. Na comparação com janeiro a março do ano passado, quando a taxa de desocupação era de 6,8%, houve redução de 1,4 ponto percentual. Em 2021 foi de 9,4% (resultado da pandemia); em 2020, de 8%; em 2019, de 9%; em 2018, de 9,7%; em 2017, de 10,4%; e em 2016, de 8,2%.
Segundo o IBGE, a renda dos trabalhadores paranaenses também cresceu na comparação com o primeiro trimestre de 2022. O rendimento médio das pessoas ocupadas era de R$ 2.889,00 nos primeiros três meses do ano passado e passou para R$ 3.064,00 no mesmo período deste ano. O Paraná tem o maior salário mínimo regional do País, com valores que variam de R$ 1.731,02 a R$ 1.999,02 – o Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda (Ceter) já aprovou uma nova evolução, com R$ 2.017,02 de teto mínimo na última faixa.
Em relação ao trimestre anterior (5,1%, a menor taxa registrada pelo Paraná desde 2014), houve uma pequena diferença de 0,3 pontos percentuais. O índice é considerado estável pelo IBGE. Historicamente, esse aumento nos primeiros meses do ano reflete, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.
“O Paraná segue no patamar que os economistas chamam de pleno emprego, quando praticamente todas as pessoas que buscam um trabalho estão empregadas”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “O Estado tem vocação para o trabalho, tem uma mão de obra qualificada, e valoriza os seus trabalhadores. Também tem conseguido atrair grandes investimentos. Nosso papel, enquanto Estado, é manter um bom ambiente de negócios, investir em infraestrutura e buscar cada vez mais negócios para criar novas oportunidades para a nossa população”.
Números
De acordo com a Pnad Contínua, o Estado tem 9,5 milhões de pessoas com idade para trabalhar, ou seja, com 14 anos ou mais. Destas, 6,1 milhões de pessoas compõem a força de trabalho, que são aquelas que estão trabalhando ou procurando emprego. Neste recorte, 5,7 milhões de pessoas estão inseridas no mercado de trabalho e 330 mil estão desocupadas.
Entre a população que compõe a força de trabalho, 3,1 milhões de pessoas estão empregadas no setor privado, sendo que entre estas, 2,5 milhões com carteira assinada. Outras 633 mil pessoas trabalham no setor público e 1,8 milhão estão ocupadas informalmente.
A pesquisa mostra, ainda, que o setor que concentra o maior número de funcionários é o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 1,08 milhão de empregados no primeiro trimestre.
Na sequência estão a indústria geral (996 mil empregados); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (919 mil); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (669 mil); Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (514 mil); construção (438 mil); transporte, armazenagem e correio (338 mil); serviços domésticos (303); alojamento e alimentação (280 mil); e outros serviços (246 mil).
Comparativos
No primeiro trimestre de 2023, Paraná registrou uma menores taxas de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) do País, de 12%. A média nacional foi de 18,9%. O Piauí (39,6%) teve a maior taxa, seguido por Sergipe (33,4%) e Bahia (32,9%).
O Paraná também é o quarto estado com maior percentual de trabalhadores com carteira assinada, com 80,4%, atrás apenas de Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%). O Maranhão tem a menor (50,8%). A média é de 74,1%.