As obras de mobilidade que estão transformando o cenário urbano de Curitiba — como os corredores do Novo Inter 2 e do BRT Leste-Oeste, vão muito além da modernização de ruas, calçadas e estações-tubo. Por trás dos canteiros e máquinas, os investimentos também movimentam a economia e geram oportunidades.
Em 2025, os projetos do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável já somam R$ 211 milhões em investimentos, com impacto estimado de cerca de 10 mil empregos diretos, indiretos e induzidos em toda a cadeia produtiva da construção civil.
A projeção segue metodologia do Ministério do Desenvolvimento Regional, que calcula que cada R$ 1 milhão investido em obras de infraestrutura resulta, em média, na criação de 48 postos de trabalho, sendo 15 diretos, 8 indiretos e 25 induzidos. O método é validado por estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), BNDES e Universidade Federal Fluminense (UFF), e demonstra o efeito multiplicador de grandes projetos sobre a economia local.
“Curitiba está investindo em mobilidade e infraestrutura, mas também em pessoas e no futuro da cidade. Com essas obras, garantimos qualidade de vida para as próximas décadas e fortalecemos a economia”, destacou o prefeito Eduardo Pimentel.
Investimento que se transforma em renda e oportunidades
Pelos parâmetros do estudo, os aportes municipais em 2025 correspondem à criação anual de 3,1 mil empregos diretos, como engenheiros, operários e técnicos, além de 1,6 mil empregos indiretos, gerados em empresas fornecedoras de materiais, equipamentos e serviços. Outros 5,3 mil postos de trabalho são classificados como induzidos, provenientes do consumo e da movimentação econômica impulsionada pelos salários e renda dessas atividades.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) reforçam esse cenário positivo. Entre janeiro e setembro de 2025, o setor de obras de infraestrutura urbana e viária contratou 4.447 profissionais com carteira assinada em Curitiba. No total, 7.633 trabalhadores atuam formalmente no segmento.
Setor da construção impulsiona a economia local
De acordo com o conselheiro do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi, o investimento público bem direcionado é um dos principais motores da economia urbana.
“Os empregos na construção civil acompanham o ritmo dos investimentos públicos. Quando aplicados de forma eficiente, como ocorre em Curitiba, eles também estimulam o investimento privado e ampliam as contratações”, explicou.
“O investimento em transporte público tem ainda maior impacto, pois melhora a mobilidade, reduz o tempo de deslocamento e valoriza as áreas urbanas, criando um ciclo de desenvolvimento e geração de renda”, acrescentou.
Somente os lotes ativos do Projeto Novo Inter 2, que requalificam 38 quilômetros de vias e estações-tubo, somam R$ 174 milhões investidos em 2025. Já o BRT Leste-Oeste movimenta outros R$ 37 milhões, sustentando centenas de empregos diretos e uma ampla rede de fornecedores e prestadores de serviço.
Programa de Mobilidade movimenta mais de R$ 1,2 bilhão
No total, o Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba mobiliza mais de R$ 1,2 bilhão em recursos, entre financiamentos internacionais e contrapartidas municipais.
O Projeto de Aumento da Capacidade e Velocidade da Linha Direta Inter 2 é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com US$ 106,7 milhões de investimento e US$ 26,7 milhões de contrapartida da Prefeitura.
Já o projeto do BRT Leste-Oeste conta com US$ 75 milhões financiados pelo New Development Bank (NDB) e US$ 18,75 milhões em recursos municipais.
Cadeia produtiva fortalecida
O secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur, destacou que os investimentos em infraestrutura ativam uma ampla cadeia produtiva.
“Essas obras fortalecem a economia da cidade e beneficiam milhares de famílias direta e indiretamente, desde os profissionais da construção civil até o setor de alimentação e serviços administrativos”, afirmou.
O engenheiro civil Felipe Richter Cordeiro, da empresa O Betacem, que atua na execução das obras, reforçou o impacto social das intervenções.
“Essas obras deixam um legado de melhoria na mobilidade, segurança e qualidade de vida. Elas não apenas movimentam a economia, mas também transformam o dia a dia da população”, disse.
Para atender aos contratos com o município, a empresa ampliou o quadro de funcionários, contratando pedreiros, serventes, operadores, concreteiras, pedreiras e transportadoras.
Transformação urbana e geração de empregos
As intervenções do Novo Inter 2 e do BRT Leste-Oeste envolvem equipes multidisciplinares em serviços de drenagem, terraplenagem, pavimentação, calçadas, sinalização, iluminação e obras de arte especiais, como pontes e viadutos.
“Essas obras geram empregos diretos e indiretos e movimentam diversos setores produtivos com a aquisição de insumos e equipamentos”, ressaltou a diretora do Departamento de Pavimentação da Smop, Manuela Marqueño.
Com a ampliação da infraestrutura viária e do transporte coletivo, Curitiba avança rumo a uma cidade mais conectada, sustentável e com maior geração de oportunidades para sua população.