Jonathan Campos/AEN O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta sexta-feira (12) com representantes do Banco Mundial nos Estados Unidos. O encontro marcou o encerramento da passagem da comitiva liderada por ele a Nova York e Washington. A semana teve agendas com empresários, fundos de investimentos, diplomatas, representantes comerciais e bancos, nas quais foram apresentadas as principais iniciativas do Governo do Paraná e as possibilidades de construção de novas parcerias, principalmente na área de infraestrutura.
Ele teve encontros bilaterais com Ayat Solimna, diretora de Estratégia e Operações do Banco Mundial; Erivaldo Gomes, diretor executivo do Brasil da entidade; e Alfonso Garcia Mora, vice-presidente regional para América Latina, Caribe e Europa da instituição. A série de reuniões acontece na mesma semana em que o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, visitou o Paraná para formalizar o início do financiamento de US$ 130 milhões entre as partes para investimentos em saúde, proteção do meio ambiente e modernização da administração pública.
O governador destacou o bom momento da economia do Paraná, a quarta maior do Brasil, com as menores taxas de desemprego da história recente e um ciclo robusto de investimentos privados, que já ultrapassa R$ 180 bilhões. "Estamos crescendo em ritmo acelerado na industrialização do agro paranaense, gerando muitos empregos e novas oportunidades. Exportamos em larga escala e temos um sistema de financiamento bem estruturado, com apoio do BRDE e da Fomento Paraná, além da infraestrutura de estradas e da Sanepar e Copel", afirmou.
Ele também destacou o ecossistema de inovação e das universidades estaduais, reconhecidas globalmente pelos cursos bem estruturados. "Na base, a educação pública do Paraná é a melhor do Brasil, utilizando muita tecnologia. No ensino superior, temos sete universidades, polos tecnológicos, 21 mil doutores e ecossistemas de inovação nas grandes cidades. Esse trabalho garante ao mercado mão de obra qualificada e profissional. Estamos cada vez mais conectados com os anseios da sociedade civil", complementou.
Por fim, Ratinho Junior apresentou um panorama da infraestrutura e perspectivas de futuro. O Estado captou financiamentos internacionais e aplicou mais de R$ 6 bilhões em infraestrutura nos últimos anos, consolidando algumas obras aguardadas pela população, como a revitalização da Orla de Matinhos, a pavimentação em concreto da PRC-280 e a duplicação da Rodovia dos Minérios. No horizonte estão o novo pacote de concessões rodoviárias, com 3,3 mil quilômetros, a Nova Ferroeste, a Ponte de Guaratuba e o novo Moegão do Porto de Paranaguá.
"Estamos trabalhando fortemente na questão de infraestrutura porque é o que viabiliza as possibilidades dos investimentos. O Paraná tem um papel para a segurança alimentar do mundo, a promoção da sustentabilidade e o crescimento das cidades. Tudo isso passa por uma boa infraestrutura. Trabalhamos nesses projetos desde o começo da gestão e em breve teremos um novo Paraná", acrescentou.
Ele também destacou a iniciativa de transformar o Paraná em um hub de hidrogênio verde. Recentemente, Ratinho Junior anunciou a criação do Programa de Energia Verde no Estado; a desoneração tributária da cadeia produtiva do insumo; linhas de crédito que somam R$ 500 milhões para fomentar investimentos no setor; assinou a resolução que cria o Descomplica H2R, que estabelece critérios para licenciamento ambiental do combustível; e sancionou a lei que cria a Política Estadual do Hidrogênio Renovável.
“Somos líderes na produção de energia renovável no País e agora queremos sair na frente na discussão sobre hidrogênio verde, criando um ambiente favorável para atrair investimentos dessa cadeia para o Estado”, afirmou Ratinho Junior. “Temos plenas condições liderar esse processo e ser grande um fornecedor de energia para a Europa e outros países. O hidrogênio utiliza como matéria-prima a água, que temos em abundância no Paraná”.
Possibilidades
No primeiro encontro, Ayat disse que acompanha o progresso do Paraná e as perspectivas do Brasil. "Esperamos poder continuar essa parceria que já temos com o Estado, compor novos projetos e ver como podemos ajudar com a economia e o desenvolvimento do Paraná. Temos linhas de trabalho voltadas à sustentabilidade e saneamento. Também estamos trabalhado muito a questão do câmbio climático, o mercado de carbono. Trabalhamos com foco no crescimento verde, inclusivo e resiliente", disse.
Segundo ela, outro foco é com a agricultura familiar. "Queremos ter uma parceria nessa questão de segurança alimentar e questões ambientais", afirmou. O Paraná já desenvolve programas específicos para esse segmento, como o Coopera Paraná, que viabiliza investimentos em pequenas agroindústrias, e Renda Agricultor, que apoia projetos construídos com o orientação de técnicos do Estado para aquisição de equipamentos e pequenas reformas.
Já Erivaldo destacou que o Paraná consegue aliar desenvolvimento com proteção ambiental. "O Paraná tem muito bem consolidada a sua área de agro e área de floresta, são bem delimitadas. E não há intenção de mudar isso. Acho que Banco Mundial pode ser um parceiro do Paraná na iniciativa ambiental de fortalecimento de alguns programas", disse.
Por fim, Alfonso afirmou que há interesse do Banco Mundial em visitar o Paraná para conhecer de perto alguns projetos. "O Paraná é uma referência nas áreas de energia, agronegócio, turismo, e temos potencial e interesse em colaborar com boas iniciativas", complementou.
Banco Mundial
O Paraná já tem uma grande parceria com o Banco Mundial. O programa Paraná Eficiente é uma operação de crédito destinada para a modernização dos serviços de saúde e dos sistemas de informação ambiental, políticas de redução de riscos de desastres e o fortalecimento do planejamento do setor público com gestão de investimentos.
A entidade ajudará o Estado a transformar hospitais pequenos em unidades multiprofissionais e operacionalizar o i9 Ambiental, que busca unificar dados para agilizar processos relacionados à gestão ambiental, de recursos hídricos e territoriais, promovendo a melhoria sistêmica, a inovação e a modernização desta área no Estado.