Os produtores do Paraná finalizaram nesta semana o plantio de trigo, que alcançou uma área estimada de 833,4 mil hectares. De acordo com o boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a produção prevista continua em 2,7 milhões de toneladas — um aumento de 16% em relação à safra 2023/24, quando foram colhidas 2,3 milhões de toneladas.
Segundo o analista do Deral, Carlos Hugo Godinho, até o fim de junho as condições de cultivo eram bastante favoráveis, mas as geadas registradas impactaram lavouras em fase reprodutiva, especialmente na região Norte do Estado. A primeira estimativa de produção após esse evento climático será divulgada em 31 de julho.
A produtividade média estimada para esta safra é de 3.220 quilos por hectare — bem acima dos 2.068 quilos por hectare registrados no ciclo anterior. No entanto, o clima continua sendo fator de atenção. Atualmente, 82% das lavouras estão em boas condições, 11% em situação média e 7% em condição ruim. Antes das geadas, 99% da área era considerada boa. “Outro fator preocupante é a longa sequência de dias sem chuva em grande parte dos municípios. As precipitações previstas para os próximos dias são aguardadas com grande expectativa no campo”, acrescentou Godinho.
Outras culturas
O boletim do Deral também destaca que o desenvolvimento das lavouras de aveia segue satisfatório, beneficiado por temperaturas amenas e ausência de chuvas. Houve, no entanto, uma redução no plantio da aveia branca em regiões não tradicionais, motivada por resultados abaixo do esperado em ciclos anteriores. Culturas como trigo mourisco e centeio seguem o mesmo comportamento.
A colheita da batata da segunda safra está quase concluída, com áreas já sendo liberadas para o cultivo de outras culturas. Apesar da queda de produtividade em parte da região Sul, os resultados gerais estão dentro do esperado. No entanto, em algumas localidades, produtores têm colhido apenas para liberar as áreas, devido aos preços baixos do produto, o que tem gerado prejuízos.
Já os produtores de mandioca seguem com o preparo do solo, aguardando chuvas para retomar o plantio. A expectativa é de um leve aumento na área cultivada, mesmo diante dos preços ainda considerados pouco atrativos.
Por fim, a colheita da cana-de-açúcar avança normalmente em várias regiões do Estado, com produtividade dentro do padrão esperado, favorecida pelas condições climáticas atuais.