Apesar das tensões no Oriente Médio, o dólar iniciou a semana em queda, refletindo a percepção de que a retaliação do Irã a bases americanas no Catar e no Iraque foi menos severa do que o esperado. Já a Bolsa de Valores teve novo recuo e fechou no menor nível em duas semanas.
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (23) vendido a R$ 5,503, com recuo de 0,4% (R$ 0,022). Durante a manhã, a moeda chegou a registrar leve alta, mas inverteu a tendência à tarde, atingindo a mínima do dia por volta das 12h15, quando foi cotada a R$ 5,49.
Com o resultado, o dólar acumula queda de 3,78% em junho e recuo de 10,92% no ano.
Enquanto isso, o mercado acionário teve mais um dia de perdas. O índice Ibovespa caiu 0,41% e fechou aos 136.550 pontos, o menor patamar desde 10 de junho. O desempenho foi pressionado principalmente pelas ações da Petrobras, que lideram o volume de negociações na B3.
Os papéis ordinários da estatal caíram 2,81%, enquanto as ações preferenciais recuaram 2,5%. A desvalorização acompanha a queda de 7% no preço internacional do petróleo tipo Brent, que fechou o dia a US$ 71 o barril. A retração ocorreu mesmo após o Parlamento iraniano aprovar uma ameaça de bloqueio ao Estreito de Ormuz, uma rota estratégica para o petróleo — medida adotada após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã.
A baixa nas cotações foi influenciada pelo fato de os navios continuarem trafegando pela região normalmente.
Sem indicadores econômicos relevantes no Brasil, os investidores voltaram suas atenções ao cenário externo. Embora o Irã tenha lançado mísseis contra alvos dos Estados Unidos, a ausência de vítimas no ataque e a informação de que Teerã teria informado Washington antecipadamente contribuíram para acalmar os mercados e pressionar o dólar para baixo.