Prefeitura de Londrina lança programa para incluir beneficiários no mercado de trabalho formal

Da Redação
26/04/2025 11h21 - Atualizado há 8 horas

Prefeitura de Londrina lança programa para incluir beneficiários no mercado de trabalho formal
Divulgação

A Prefeitura de Londrina e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) oficializaram, na manhã dessa sexta-feira (25), um protocolo de intenções para execução do Programa de Inclusão ao Emprego. A iniciativa, pioneira no estado, tem como objetivo principal capacitar profissionalmente o público atendido pelo Bolsa Família e promover sua inserção no mercado de trabalho formal. Atualmente, em Londrina, 28.677 famílias são inscritas no programa federal, o que representa cerca de 75 mil pessoas.

O termo que formaliza essa parceria foi assinado pelo prefeito Tiago Amaral e pelo presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, durante o Fórum Regional da Indústria – Região Norte, realizado no Buffet Laguna, em Cambé. O evento contou com a participação do superintendente da FIEP, João Arthur Mohr, e de secretários municipais de Londrina, bem como empresários, lideranças industriais, presidentes de entidades representativas do setor produtivo e da sociedade civil, e autoridades da região. Em Londrina, a realização do Fórum Regional da Indústria contou com apoio da Prefeitura, por meio do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel).

As primeiras reuniões que resultaram nessa iniciativa ocorreram em janeiro deste ano; no mês seguinte, foi estabelecido um Grupo de Trabalho, envolvendo as secretarias municipais de Assistência Social (SMAS) e do Trabalho, Emprego e Renda (SMTER). Desde então, representantes da Fiep e da Prefeitura têm desenvolvido uma proposta que viabilize a reinserção profissional das famílias inscritas no Cadastro Único atendidas pelo programa nacional de transferência de renda.

Essa medida visa garantir aos beneficiários do Bolsa Família a oportunidade de garantirem o sustento de suas famílias por meio de um emprego formal. As novas regras do programa federal, definidas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, preveem entrevistas presenciais e um limite para famílias unipessoais, com o intuito de coibir fraudes e irregularidades na concessão do benefício. Essas e outras mudanças podem causar a exclusão de vários beneficiários do programa.

Dessa forma, a Prefeitura fará um cruzamento de informações, utilizando banco de dados de diferentes secretarias municipais, como Assistência Social, Saúde e Fazenda. A proposta é direcionar os beneficiários que não cumprirem mais os critérios do Bolsa Família ao Programa de Inclusão ao Emprego, com oportunidades de trabalho e qualificação intermediadas pelo Sistema Fiep, garantindo a essas famílias o seu sustento de forma digna.

Para o prefeito de Londrina, Tiago Amaral, essa proposta é de extrema importância no cenário atual, em que há vagas de emprego porém, por diversos fatores, não são preenchidas. “Queremos viabilizar que essas pessoas consigam definitivamente sair da condição de vulnerabilidade, ou seja, dependentes de programas sociais, e passem a produzir por conta própria, levar o alimento para casa com base no seu emprego, melhorando sua condição de vida atual. Será o primeiro projeto de parceria entre a FIEP e um município do Paraná; estamos estruturando junto com eles para fazer de Londrina um modelo, e para que as pessoas da nossa cidade realmente consigam sair da condição triste em que muitas vivem hoje”, disse.

Amaral ressaltou também que o enfoque maior será nas famílias que recebem o Bolsa Família, e em um primeiro momento a atuação do programa vai priorizar cerca de 6 mil delas que serão avaliadas para seguirem com a concessão do benefício, conforme determinação do Governo Federal. “Percebemos que há muita gente distante do emprego por falta de procura, compreensão ou entendimento. Queremos chegar nessas 6 mil famílias. Não de uma vez só, claro, mas esse é o objetivo. Nossa busca ativa é focada nas famílias que estão nessa condição hoje e que têm tudo para ingressar em boas oportunidades de emprego. Muitas vezes, essas famílias enfrentam dificuldades como horários incompatíveis, falta de quem cuide dos filhos, ou dificuldade de compatibilizar a rotina com o emprego disponível. Por isso, queremos construir estratégias personalizadas para cada uma delas. Vamos remover todos os problemas e dificuldades para que essas pessoas acessem o emprego e reorganizem suas famílias”, frisou.

A capacitação profissional desse público-alvo será coordenada pela Fiep com base nas necessidades das indústrias locais. Além dessa medida, a Federação também se dispõe a contribuir no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o cruzamento e gestão dos bancos de dados do Município, sensibilizar as indústrias da região para que considerem o perfil das famílias nas vagas de emprego disponíveis e disponibilizar o Emprega Indústria, plataforma já em funcionamento, para ampliar a captação dessa mão de obra.

“O programa social tem uma função, que é temporariamente achar um caminho para uma pessoa ou família sair daquela situação não desejável. Para essa saída, não há outro caminho que não seja um emprego. Então a Federação, junto com o Município e o governo do Estado, traz um pacote que busca levar a oportunidade de emprego e qualificação para essas pessoas”, disse o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos.

A secretária municipal de Assistência Social, Marisol Chiesa, frisou que é essencial propiciar a essas famílias os caminhos para que conquistem sua independência financeira e possam prosperar. “Oferecer oportunidades para as pessoas em situação de vulnerabilidade reforça nosso compromisso com a promoção da autonomia através do cuidado e da geração de renda, com as possibilidades ofertadas aos londrinenses que mais precisam. Desse modo, impulsionamos o desenvolvimento social e econômico da nossa cidade, pela ampliação da inclusão, oferecendo acesso a direitos como o trabalho, emprego e renda”, afirmou.

Dentre as ações de construção do programa Inclusão ao Emprego, na manhã de quinta-feira (24) as equipes da SMAS, SMTER e Fiep participaram de um encontro com a assistente social do Município de Bento Gonçalves (RS), Adriana Lazzarotto. Na ocasião, a profissional trouxe um relato da experiência na cidade gaúcha.

O gerente de Desenvolvimento Industrial e Social da Fiep, Marcelo Antônio Percicotti, avaliou como muito rica a iniciativa de Bento Gonçalves. “Alguns pontos do que eles realizaram devem ser replicados em Londrina, principalmente o cruzamento de informações, que permitiu identificar as pessoas aptas para trabalhar e possibilitou, também, identificar pessoas com diversas outras necessidades não atendidas; e a estrutura de apoio dedicada exclusivamente para o atendimento desse público, inclusive, na preparação para o encaminhamento ao emprego”, citou.

Percicotti confirmou que a proposta do Programa de Inclusão ao Emprego é uma iniciativa inédita no Paraná e que está sendo acompanhada pelas cidades de São José dos Pinhais, Corbélia e Rebouças. “O setor produtivo como um todo enfrenta desafios referentes a disponibilidade de pessoas para trabalhar. Para a indústria, esse cenário torna-se ainda mais crítico pela necessidade de qualificação profissional. De outro lado, os municípios do Paraná possuem um contingente considerável de pessoas inseridas em programas sociais, como o Bolsa Família, em condições de exercer um trabalho remunerado. O que tem faltado é um trabalho coordenado entre a FIEP e as áreas de Assistência Social e Trabalho das Prefeituras para que essas pessoas recebam o apoio e a orientação necessária para se inserir no mercado formal de trabalho, elevando suas condições econômicas e sociais. É uma parceria em que todos saem ganhando, a indústria com pessoas em condições de trabalhar, a Prefeitura de Londrina cumprindo seu papel social e diminuindo a pressão fiscal e por serviços básicos e, principalmente, o cidadão que aumenta a sua renda e consegue ampliar os horizontes de toda a sua família”, contou.

De acordo com o secretário municipal do Trabalho, Emprego e Renda, César Makiolke, esse é o início de um projeto-piloto que vai propiciar não apenas as qualificações e vagas de emprego, mas também construir um fluxo concreto e contínuo para acompanhamento desse trabalhador. “Nesse primeiro momento, a Secretaria Municipal do Trabalho já está fazendo análise e coleta de dados, juntamente com a Assistência Social, e em maio começaremos os atendimentos descentralizados, levando o balcão de oportunidades com servidores da Secretaria do Trabalho para atendimento dentro dos CRAS. Isso vai permitir que, dentro dos territórios, a gente ofereça um atendimento com mais conforto, em um lugar onde o usuário da Assistência Social se sinta seguro e que o incentive a acessar nosso serviço. Começaremos com um calendário quinzenal, e vamos passar por todos os CRAS, em uma ação permanente”, destacou.


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