Londrina confirma mais dois óbitos em decorrência da dengue e liga sinal de alerta

Da Redação
19/04/2025 11h22 - Atualizado há 3 dias

Londrina confirma mais dois óbitos em decorrência da dengue e liga sinal de alerta
Emerson Dias/NCom

A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), confirmou, nesta quinta-feira (17), mais dois óbitos em decorrência da dengue no município, no ano de 2025, totalizando três. Ambas pacientes eram do sexo feminino, uma idosa e outra adolescente, moradoras da região central e oeste, respectivamente.

A primeira faleceu no dia 19 de março e tinha 81 anos. Ela morava na região central e tinha comorbidades (hipertensão e senilidade). A paciente iniciou os sintomas no dia 15 de março e três dias depois (18 de março) procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Oeste, onde foi encaminhada para o Hospital Evangélico de Londrina (HEL) e no dia seguinte foi a óbito.  A paciente não teve dengue anteriormente.

A outra paciente faleceu no dia 24 de março, tinha 17 anos, e não possuía comorbidades. Ela morava na região oeste e também não teve dengue anteriormente. Iniciou os sintomas no dia 19 de março, procurou a UPA Sabará nos dias 21, 22 e 23, quando foi encaminhada para o Hospital Evangélico. Na UPA Sabará ela estava em acompanhamento e mediante o agravamento foi encaminhada. Ela foi a óbito um dia após adentrar ao hospital, no dia 24.

A diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernanda Fabrin, disse que a Prefeitura se solidariza com os familiares e amigos das vítimas, e que a SMS tem trabalhado, intensivamente, para evitar as formas graves da dengue e óbitos. “Estamos realizando diversas medidas de controle, por exemplo os bloqueios dos casos suspeitos e confirmados, a aplicação do Ultra Baixo Volume (UBV) com nebulizadores costais, de forma estratégica, nos locais que onde são removidos resíduos, a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), entre outras ações”, afirmou.

Com relação às regiões em que as pacientes residiam (oeste e central), a diretora contou que, no caso da região oeste, trata-se de uma localidade que teve surto, pois fazia divisa com bairros de Cambé que também foram acometidos com altos número de casos. Nesta região, foi realizada atividade com BRI em imóveis especiais, aplicação do fumacê, atividades em escolas, visitas domiciliares e mutirão de limpeza. Na região central, foi registrado aumento de casos no período. Nesta localidade, foi feita a aplicação de inseticida com nebulizadores costais, visita domiciliares, atividades educativas nas escolas e BRI nos imóveis especiais. “A região Vila Nova está sob controle e a região oeste permanece com casos”, detalhou.

Fabrin enfatizou, ainda, que Londrina vem seguindo em um período de controle da dengue, não está em epidemia, porém todos devem estar em alerta, mantendo as formas de cuidados e a prevenção da doença.  “Além da prevenção que cada cidadão deve ter na sua casa, de limpeza, eliminando os recipientes que podem acumular água, é fundamental que o paciente procure o serviço de saúde o mais precoce possível, quando perceber qualquer sintoma que possa estar relacionado à dengue, como febre, dor no corpo, dor de cabeça e, principalmente, os sinais de alerta que são: dor abdominal, algum tipo de sangramento, manchas vermelhas pelo corpo. Os cuidados com a dengue são, basicamente, simples, que são a hidratação e o repouso, mas são essenciais para que o quadro não evolua para uma gravidade. Também reforçamos a importância da vacina contra a dengue, que está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos”, frisou.

Dados do boletim – Além dos óbitos, o novo boletim epidemiológico sobre a dengue aponta que, do início do ano até o momento, foram registradas 10.716 notificações relacionadas à doença. Deste total, 1.597 casos foram confirmados, 5.892 descartados, e 3.227 seguem em análise. Há, ainda, quatro casos notificados de chikungunya, dos quais um foi confirmado (importado), um foi descartado e dois estão em análise.

O número de casos notificados e confirmados de dengue, bem como de mortes, apresentou uma considerável redução quando comparado ao mesmo período de 2024. No ano anterior, neste período, havia 38 óbitos registrados, contra três neste ano. Além disso, havia 40.518 casos notificados de dengue e 26.422 confirmados. Neste período, em 2024, a taxa de positividade era 65,2% e em 2025 é de 14,9%.

Com relação ao mapa da dengue, que apresenta as regiões de alerta nesta semana, estão com incidência crescente os seguintes bairros: Bandeirantes, Milton Gavetti, Novo Amparo, Vila Ricardo, Centro, Piza, Ouro Branco, Cafezal, Jamile Dequech, União da Vitória, além do distrito de Paiquerê, na zona rural. Estão com incidência elevada o bairro Panissa e o distrito de Maravilha.

O gerente de Vigilância Ambiental da SMS, Nino Ribas, explicou que, no mapa, observa-se a manutenção de uma incidência elevada nas regiões das UBSs do Panissa e do distrito de Maravilha, onde já estão sendo desenvolvidas diversas ações de controle vetorial, como vistorias domiciliares, remoção de criadouros, atividades educativas e aplicação de BRI. “Nas áreas das demais UBSs que apresentam tendência de aumento na incidência, o monitoramento está sendo intensificado por meio de atividades como o uso de ovitrampas (armadilhas), para levantamento da densidade vetorial, bloqueios de transmissão, tratamento focal e perifocal, além de ações de mobilização comunitária”, disse.

Além disso, segundo Ribas, a Gerência de Vigilância Ambiental, em parceria com outras secretarias municipais, também vem intensificando as ações em imóveis abandonados ou em situação de risco, que possam representar ameaça à saúde da população. “Essas ações são realizadas de forma conjunta, com o objetivo de identificar os responsáveis legais pelos imóveis e, dentro dos instrumentos legais disponíveis, agir de forma rápida e eficaz. Neste momento, a intenção é concentrar esforços nas regiões com crescimento de casos, atuando de forma estratégica e georreferenciada. É fundamental contar com a participação ativa da população dessas áreas para que, juntos, possamos reverter esse cenário e reduzir os riscos à saúde pública”, disso.

Ações de prevenção e combate à dengue da semana

A Secretaria de Saúde informa as ações que acontecem nesta semana, como parte das estratégias de enfrentamento em cima casos notificados de arboviroses.

Durante a semana

Realização de todas as atividades de combate ao vetor da dengue, incluindo vistorias domiciliares, remoção de criadouros, orientações educativas, bloqueios de transmissão, tratamento focal e perifocal, além de ações integradas com outras equipes da saúde, e o monitoramento entomológico com uso de armadilhas ovitrampas na área urbana e nos distritos, permitindo a identificação da densidade vetorial e intensificação das ações de controle nas áreas mais críticas. Além disso, a Vigilância Ambiental vem georreferenciando tanto os indicadores epidemiológicos quanto os entomológicos, com o objetivo de atuar de forma mais assertiva em locais com circulação viral e presença confirmada de vetores.

Sexta-feira (18)

feriado da Paixão de Cristo – Realização de BRI nas UBSs localizadas em áreas com aumento na incidência de casos notificados.

Sábado (19)

Execução de atividades em campo, com vistorias domiciliares e orientações à população, priorizando bairros com crescimento no número de notificações de arboviroses.

Orientações

A SMS orienta que cada família dedique, pelo menos, 15 minutos de seu tempo, uma vez por semana, para vistoriar sua casa e quintal, verificando se há objetos que podem acumular água. Os itens devem removidos e descartados em sacos plásticos para a coleta seletiva ou para o recolhimento pelo caminhão de lixo. Com uma ação semanal, é possível impedir que ovos, larvas e pupas do mosquito cheguem à fase adulta, freando a transmissão das doenças provocadas pelo Aedes aegypti, como a dengue e chikungunya.

É fundamental evitar água parada em pneus, latas e garrafas vazias; cuidar das plantas e vasos, potes e outros objetivos que acumulam água; realizar a limpeza regular da caixa d’água e sempre mantê-la fechada; manter as lixeiras tampadas e protegidas da chuva; lavar os potes com água para animais com água e sabão, no mínimo, duas vezes por semana.

A Secretaria de Saúde disponibiliza o Disque Dengue, por meio do número gratuito 0800-400-1893, para que a população possa fazer denúncias de imóveis ou áreas suspeitas de terem focos do mosquito Aedes aegypti, como terrenos baldios ou ambientes que possam facilitar a proliferação do vetor. As denúncias podem ser feitas de segunda a sexta, das 8 às 17 horas. Também é denunciar por meio do endereço eletrônico https://sisvas.londrina.pr.gov.br/index.php/denuncias, a qualquer hora.


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