21/06/2024 às 18h08min - Atualizada em 21/06/2024 às 18h08min

Governo dá início à recuperação de área degradada para conter erosão em Loanda

Agência Estadual de Notícias

Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta sexta-feira (21) a ordem de serviço para o início da obra de controle e recuperação da erosão no Emissário Água da Mina, em Loanda, no Noroeste do Estado. A intervenção é fruto de um convênio entre o Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), e a Itaipu Binacional, com investimento total de R$ 46,1 milhões, sendo R$ 21 milhões do IAT.
 
A área é uma das maiores erosões urbanas do Brasil, se estendendo por pelo menos oito quilômetros e chegando a 15 metros de altura em alguns locais. "É um projeto extremamente difícil de resolver, porque é uma voçoroca que está entrando na cidade. Se a gente não fizer um projeto para estancar esse problema, vai começar a afetar as casas e aí a conta cresce muito e fica quase impossível de resolver", disse o governador. "Por isso fomos atrás dessa parceria com a Itaipu e a Embrapa para colocar um ponto final, senão Loanda viraria uma cidade dividida por uma cratera".

 
O projeto, elaborado em conjunto com a Embrapa, prevê a construção de um canal retangular em concreto armado, com 1.240 metros de comprimento, composto por um dissipador que receberá uma vazão de 55,07 m³/s, melhorando a microdrenagem da região. Ele também contempla a construção de um parque urbano na localidade, com o plantio de espécies arbóreas em 30 hectares ao longo das duas margens da erosão.
 
"Em dias de chuva, passa um volume muito grande de água por essa galeria, que quando não é contido faz um estrago muito grande", explicou o diretor-presidente do IAT, José Luiz Scrocaro. "Então além da galeria, a obra vai ter um dissipador para minimizar o impacto também no córrego. E além disso, vamos fazer uma faixa de proteção com 30 espécies de árvores nativas para minimizar esse problema a longo prazo".
 
O prefeito de Loanda, Zé Maria, ressaltou que o Emissário Água da Mina absorve cerca de 60% das águas da cidade em dias de chuva, o que tem agravado o problema da erosão. "Ela iniciou como uma pequena erosão e se tornou essa grande voçoroca. Chegamos a fazer o desvio provisório do córrego, mas precisava de uma solução definitiva, que estamos conseguindo com apoio do governo e da Itaipu", disse.
 
RECUPERAÇÃO – A iniciativa busca recuperar a área degradada e conter novos desgastes na superfície terrestre. O prazo de conclusão é de 24 meses. “O grande objetivo, e por isso a implantação de um parque urbano, é recuperar essa área degradada do município de Loanda", explicou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
 
"Quando você tem uma área degradada, sem a cobertura vegetal, proteção e drenagem adequadas, potencializa o surgimento de processos erosivos porque a água vai circular por dentro daquele espaço de uma maneira completamente aleatória, com velocidade, e isso vai danificar o solo, causando as voçorocas”, ressaltou Souza. “Esse projeto é para acabar com um grande problema de Loanda, que vem prejudicando o adequado desenvolvimento sustentável da cidade”.
 
Roberto Machado Correa, engenheiro civil da diretoria de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, destacou que, além do impacto ao meio ambiente com a redução da biodiversidade e assoreamento dos reservatórios e leito dos rios, a erosão causa danos à infraestrutura urbana, com impacto em ruas, guias, sarjetas, redes de água e esgoto, e prejuízos socioeconômicos com a redução da área de plantio.
 
“A obra é fundamental para o município, que historicamente sofre com a erosão. Vai proporcionar o correto escoamento das águas pluviais, impactando na melhoria do meio ambiente e desacelerando o avanço do processo erosivo em direção à área urbana", disse. "E, com a construção do parque, a cidade ganha uma nova opção de lazer, melhorando a qualidade de vida da população”.
 
ARENITO CAIUÁ – Loanda está localizada na Formação Arenito Caiuá, que ocupa cerca de 3,1 milhões de hectares no Noroeste do Paraná, abrangendo 107 municípios da região, o que corresponde a aproximadamente 15% da área do Estado. O solo nessas cidades costumam ser arenosos e possui baixos teores de matéria orgânica. Por isso, se decompõem facilmente e possuem baixa capacidade de retenção de água, ficando mais sujeitos à erosão.


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