Show Encontro Titãs Brasília - 07/06/23 fotos da autora
Ontem eu tive 13 anos. Parece incoerência, mas é bem isso o que vivi. Tive a oportunidade de assistir a um show de uma banda brasileira. Minha memória viajou para 1989, quando eu tinha 13 anos e me deparei com “as flores que estão no canteiro” e senti que “palavras são iguais mesmo sendo diferentes “. O Brasil vivia a redemocratização e isso era bastante percebido no campo fértil da música, com letras que, hoje, são tão atuais quanto o eram há mais de 30 anos. Na cabeça da adolescente, todas essas ideias pulsavam e a permitiam ver que havia “miséria miséria em qualquer canto” e “riquezas são diferentes”. Era um tempo de mudanças, “de perder o medo do sexo, perder o medo da morte, perder o medo da música”. E eu perdi. Cresci admirando essa banda e outras com as quais aprendi a ler o mundo, aprendi que “não sabia que o homem criava e também destruía”. Como “meu pai não tinha educação”, a literatura e a música me ensinaram o que, à época, os livros didáticos não faziam. O que vivi ontem, vendo os agora senhores do rock no palco, foi memorável. Não só pela oportunidade de estar diante de compositores que admiro, mas, sobretudo, por me permitir reviver a menina e entender que o que cantou e encantou na juventude pulsa nela ainda com a mesma vivacidade.
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