Nos últimos meses, tenho mais lido do que produzido. Leio, absorvo ideias e permito que elas amadureçam dentro de mim. Um exercício lento a exigir paciência; lento, porém, necessário. Juntando ideias, amarrando pontas, atando fios, encontrei-me. E nesse encontro cheguei a algumas constatações. A paciência é uma linha fina, a depender do contexto, ela suporta muito peso, em outros, por mais leve que a carga possa ser, ela arrebenta. Esse arrebentar da paciência não é de uma vez, a linha vai paulatinamente dando seus sinais. A questão é o quanto nos conhecemos de verdade para percebê-los. A insistência é necessária, mas saber quando parar é ainda mais. Bater o martelo uma, duas vezes e tantas outras é ação apenas para aquelas situações nas quais nenhum lado saia ou se sinta diminuído. Tanto a insistência quanto a paciência são sentimentos que demandam tempo e, dentro desse período, a gente descobre que somente um sentimento pode vencer a passagem do tempo, o amor. Indobrável que é, ele não se esvazia, quando verdadeiro, vai saltando as barreiras, driblando os adversários, buscando meios de tornar a linha reta. O cenário se modifica, ora faz frio, ora calor, uns chegam, outros se vão, e no final ele estará lá, sem nada esperar, sem cobrar, mas estará lá.